quarta-feira, 13 de maio de 2020

A BREVE HISTÓRIA DO FORD MAVERICK, NO BRASIL (PARTE 2)

O moderno motor de 4 cilindros 2.3 OHC (102 cv) só chegaria ao Maverick em 1975, quando as vendas do modelo já estavam descendentes. 
Sua chegada aposentou de vez o vetusto motor 6 cilindros. 
Com esse novo propulsor (o menor da linha) o Maverick ia de 0 a 100 Km/h em 18,2 segundos, alcançava a velocidade máxima de 153 Km/h e tinha no baixo consumo seu maior trunfo: de 9 a 10,5 Km/l, conforme a versão do carro. 
Se no Maverick o desempenho desse motor 4cilindros foi bem aceito, poderia ter gerado uma verdadeira versão esportiva no Corcel e até ser utilizado no luxuoso Del Rey, de 1981. Na verdade, quem utilizou esse novo motor (além do Maverick) foi o Jeep e a Rural.
Em 1976 as novidades se limitavam a novas cores, mas em novembro foi apresentada a linha 1977, que trouxe frescor às linhas do carro.Na linha 1977 o Maverick ganhou nova grade do motor, com retângulos verticais, novo logo (também vertical), novas (e maiores) lanternas traseiras, de “3 gomos”, novas calotas e frisos, freios de duplo circuito, nova suspensão dianteira e alavanca do câmbio automático no assoalho (com console) – opcional reservado à nova versão top LDO



A nova versão topo de linha (LDO) foi a sucessora da Super Luxo e se diferenciava das demais pelas novas cores, frisos maiores nas laterais, super calotas e luxuosa  forração (exclusiva) das portas e bancos, que podia ser monocromática. 
Nesse ano surgiu a versão esportiva GT4 (com motor 4 cilindros) – nada convincente. Esta versão tinha por objetivo disputar cliente com o concorrente Chevrolet Opala SS4...

FIM DA LINHA

O massacre do rival Opala (havia outras opções no mercado, como os Dodge Dart e Polara e o Alfa Romeo 2300), do VW Passat e até mesmo o lançamento do Corcel II ajudaram a abreviar a vida do Maverick no mercado nacional.
De 1973 a 1979 foram comercializados 96.227 modelos Cupê (89% do total de 108.106 veículos), e destes somente 10.573 da versão esportiva GT. 
A carroceria Sedan teve 11.879 unidades produzidas (quase 11% do total), o que pode ser explicado por diversas razões:
- as linhas do Maverick sugeriam esportividade, o que não combinava muito com a carroceria sedan de 4 portas;
- o mercado nacional da época era inclinado aos modelos com 2 portas; e
- o Sedan “esbarrava” no irmão maior Gálaxie, de categoria superior, e onde as portas traseiras “faziam mais sentido”.

PERUA MAVERICK

Concebida pela Concessionária Ford Souza Ramos (SP), em 1976, só estreou em 1978, quando as vendas irrisórias prenunciavam o fim do modelo. 
Como a Ford se recusou a vender veículos semiacabados (o que diminuiria substancialmente os custos de transformação) a Souza Ramos tinha que trabalhar em um Sedan completo. 
Dessa forma a transformação custava 40% do preço do carro e, de quebra, eliminava a garantia de fábrica. 
Para o potencial comprador, o carro sairia muito caro. 
A solução seria transformar os carros usados dos proprietários interessados na versão perua. 
A Souza Ramos – e apenas elas – oferecia uma garantia pelos serviços executados. 
O tempo necessário para produzir a perua variava de 30 a 60 dias.
Leia a matéria que preparei especialmente para a perua Maverick, em http://carrosnacionaisantigos.blogspot.com/2017/12/ford-maverick-station-wagon-e-cadastro.html

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