VOLKSWAGEN APOLLO - O BREVE
Os sedans
compactos Verona e Apollo foram os primeiros frutos da Autolatina – constituída
em 1º de julho de 1987 mediante associação da Ford e da Volkswagen, com vistas
a atender aos mercados brasileiro e argentino.
As duas
montadoras, que tinham origens e métodos distintos, passariam a compartilhar
segredos e a projetar carros comuns com adaptações capazes de atender às
necessidades de seu público tradicional.
Ao
contrário do que possa parecer, não houve uma fusão, mas sim uma associação,
preservando-se a identidade de cada uma delas. Para quem acha estranho essa
proposta, saiba que esse tipo de associação deu origem à PSA Peugeot/Citroën. A
parceria efetivamente teve início nos anos 90.
PROTÓTIPO
PINE
Acima o Pine 3 hatch portas e, abaixo, o sedan 2 portas.
Segundo a
Revista Oficina Mecânica, nº 34, o "Pine" foi o primeiro protótipo de
um modelo Volkswagen construído a partir de um Ford Verona.
As
alterações estéticas eram profundas e resultaram em dois carros com visual bem
diferente do modelo da Ford.
Além
disso, a proposta era de oferecê-lo em duas opções de carroceria: um sedã e um
hatchback (fotos acima).
Por
razões de custo (foco da Autolatina), o protótipo do Pine foi abandonado em
favor do Apollo, que visualmente pouco diferia do Ford Verona - e esse seria
seu maior "pecado".
O Apollo
(cujo nome seria, segundo reza a lenda, uma "homenagem ao recém-eleito
Presidente da República") nasceu como um "clone" do Verona, mas
no conjunto era melhor (e mais caro) do que ele.
Visualmente
o Apollo agradava mais que o Verona, interna e externamente. Nesse ponto ele se
diferenciava bem mais do Escort.
Por ser
um carro com pretensões esportivas, as duas portas traseiras não faziam tanta
falta no Volkswagen quanto no Verona, pois o Ford foi pensado com um sedan
compacto para as família...
O Apollo
oferecia um excelente acabamento e itens de luxo opcionais mais comuns nos
carrões da época, como ar-condicionado e teto solar.
Apesar de
ambos usarem a mesma carroceria básica, o Apollo era vendido apenas com o
excelente motor VW AP 1.8 a gasolina (92 cv), ou a álcool, com 105 cv,
carburado (2 estágios na versão a gasolina e 3 estágios na versão a álcool),
acoplado a um câmbio que o deixava bem mais "esperto" (era o mesmo do
Escort XR3, com relações mais curtas).
A relação
de transmissão da 5ª marcha do Apollo era a mesma utilizada na 4ª marcha do
Verona.
Só para o
Verona era oferecido o velho motor CHT 1.6, que consumia menos combustível e
tinha um desempenho adequado ao transporte da família, mas muito aquém do que
se espera de um carro com pretensões esportivas.
O preço
do Apollo, na época, era superior ao da perua VW Parati e 20% superior ao
Verona. Ele se encaixava entre o VW Voyage e o VW Santana.
O Apollo
media 4,22m de comprimento, 1,64m de largura, apenas 1,33m de altura e 2,40m de
entre-eixos.
O
porta-malas tinha a boa capacidade de 384 litros (um pouco maior que o do Ford
Del Rey, mas inferior ao do Chevrolet Monza) mas era de difícil acesso por
conta do recorte muito alto (nesse ponto o Fiat Prêmio se saía melhor porque o
recorte da tampa do porta-malas era rente ao para-choque...). O Escort também
oferecia mais vantagem, pois a tampa do porta-malas subia junto com o vidro
traseiro, permitindo a movimentação de bagagem volumosa...
Acima o cobiçado teto solar - item raro até nos veículos atuais.
O
equipamento é de qualidade, confere status ao modelo e oferece boa vedação. São raros
são os proprietários que reclamam de infiltração.
O Apollo
GL (abaixo) era a versão de entrada, mas não chamava tanto a atenção por conta
dos para-choques pretos com apliques horizontais na cor prata, e rodas de aço
com calotas.
O Apollo
GLS (abaixo) era a topo de linha e trazia para-choques na cor do veículo e
rodas de alumínio que pareciam calotas (opcionalmente podia vir com rodas BBS).
Havia a opção pelo acabamento monocromático (tapetes, forrações, painel e
demais itens internos todos na mesma cor).
A versão
GLS oferecia equipamentos de série que eram opcionais no Verona, como ajuste
lombar dos bancos dianteiros, vidros elétricos, apoios de cabeça traseiros (que
não eram obrigatórios na época), rádio toca-fitas e aquecedor. A chave era
iluminada. Ar condicionado e teto solar eram opcionais, como de praxe na época.
Finalmente
havia uma série limitada do Apollo VIP (abaixo), ainda mais luxuosa que a GLS e com
diferenças visuais.
Somente
nas versões GLS e VIP os bancos eram os esportivos (e cobiçados) modelo Recaro.
Em 1991 a
versão VIP passou a ser equipada com rodas BBS raiadas aro 13 (acima), calçadas com
pneus 175/70.
O painel
de instrumentos do Apollo era diferente do usado pelo Verona (foto mais abaixo), pois o do Ford era exatamente o mesmo do Escort. O painel do Apollo
unia o quadro de instrumentos e a parte central, com novos elementos. O volante
do Apollo também era diferente e ostentava o logo “VW”.
A traseira do Apollo se diferenciava do Verona pelo spoiler na tampa traseira.
As
lanternas traseiras tinham o mesmo formato, mas eram fumê e pareciam maiores, graças a um prolongamento de
acrílico, emoldurando a placa traseira.
Os
para-choques eram pintados na cor do veículo e possuíam um faixa longitudinal
na cor prata.
A
suspensão traseira do Apollo era idêntica à do Ford Verona (era a mesma do
Escort), e logo se revelou muito fraca para o peso-extra da traseira do sedan.
Ainda
assim, a estabilidade do Apollo era melhor que a do Verona graças ao emprego de
amortecedores mais firmes. Em compensação, o Verona tinha um rodar mais suave.
Nascido
em 1989, o Apollo foi produzido apenas de 1990 a 1992.
Seus substitutos
foram o Logus (2 portas - sedan) e o Pointer (4 portas – hatch), ambos
derivados do novo Escort, mas estes também tiveram vida curta no mercado e se
despediram em 1996.
Atualmente,
mesmo após duas décadas após o Apollo ter saído de linha, o modelo ainda possui
admiradores (da época e atuais) e sua revenda não é tão difícil – desde que o
exemplar esteja bem conservado e com a maioria de suas características originais