Diversas foram as razões de a Ford do Brasil
ter lançado o luxuoso Del Rey no Brasil, em 1981.
O sucesso do Corcel II, lançado 3 anos antes,
apressou o fim do Maverick, sedan médio que estreou em 1973 apenas com nada econômicos motores
de 6 e 8 cilindros. O de 6 cilindros era o velho motor usado no antigo Itamaraty (Willys)!
As sucessivas crises mundiais do petróleo e a "surra" do rival Chevrolet Opala fizeram as vendas do Maverick despencarem, e nem a versão 4 cilindros, lançada tardiamente em 1975, conseguiu reerguer o carro.
As crises do petróleo encalharam as vendas de
carros grandes e gastadores em todo o mundo, e aqui condenaram à extinção a linha Landau
e Dodge V8.
Carente de recursos, a Ford precisava de um
novo carro que substituísse o Maverick (retirado de linha em 1979, sem sucessor) e, de
quebra, oferecesse o luxo e a exclusividade presentes no quase finado Landau.
Assim, a partir do Corcel II a Ford preparou
não um "Corcel III" e sim um sedan com porta-malas destacado e com opção de 2 ou 4 portas.
Em prol da economia, o novo sedan iria se valer do mesmo motor 1.6 do Corcel, com 69 cv e velocidade máxima de 137 Km/h. Números nada empolgantes, mas o antigo propulsor oferecia bom torque na cidade e - o principal - era bem econômico). Para conter custos, a plataforma utilizada pelo Del Rey seria a mesma do Corcel II.
Dois erros foram cometidos logo de cara: para
um carro de luxo "de verdade", a distância entre-eixos deveria ter sido aumentada para oferecer mais conforto para os passageiros do banco de trás.
Da mesma forma, deveria ter sido utilizado um
motor mais potente e moderno - no caso, a Ford dispunha do moderno 2.3, 4 cilindros, que estreou
no Maverick em 1975 e depois foi utilizado na Rural, F75 e Jeep (e exportado
durante anos).
Então, apesar do espaço interno acanhado e do
motor "com potência apenas suficiente", o Del Rey cobria o dono de
mimos e oferecia rodar suave.
O acabamento esmerado era o típico da Ford daqueles anos, e havia itens de conforto e conveniência nunca antes oferecido pela Ford, como rodas de liga-leve, faróis de neblina, cintos de segurança retráteis, vidros com acionamento elétrico e travas elétricas, por exemplo.
Uma das marcas registradas do Del Rey e muito apreciada pelo consumidor era o console no teto, com luzes de leitura e um charmosos relógio digital com função de cronômetro, envolvidos por um irresistível mostrador na cor azul. O painel de instrumentos era completo e novamente uma referência no segmento.
Naqueles difíceis anos 80, de crédito escasso, alta inflação e poucos investimentos na indústria automobilística (ainda era proibido importar carros de passeio), até que o Del Rey foi bem sucedido.
O acabamento esmerado era o típico da Ford daqueles anos, e havia itens de conforto e conveniência nunca antes oferecido pela Ford, como rodas de liga-leve, faróis de neblina, cintos de segurança retráteis, vidros com acionamento elétrico e travas elétricas, por exemplo.
Uma das marcas registradas do Del Rey e muito apreciada pelo consumidor era o console no teto, com luzes de leitura e um charmosos relógio digital com função de cronômetro, envolvidos por um irresistível mostrador na cor azul. O painel de instrumentos era completo e novamente uma referência no segmento.
Naqueles difíceis anos 80, de crédito escasso, alta inflação e poucos investimentos na indústria automobilística (ainda era proibido importar carros de passeio), até que o Del Rey foi bem sucedido.
A opção de 2 portas pode soar estranho em se
tratando em um carro de luxo, onde o dono se senta no banco de trás... mas o
brasileiro tinha o estranho hábito de preferir carros com essa configuração. Já
a versão 4 portas facilitava o acesso ao banco de trás, mas era mais
"careta" e talvez deixasse evidente que o espaço na parte de trás da
cabine era menos generoso que o esperado.
O câmbio automático era opcional e foi
disponibilizado em 1983 e em 1984 o modelo ganhou o motor CHT 1.6, evolução do
anterior e adotado no recém-lançado Escort.
Em 1983 a Ford lançou a perua Scala Del Rey -
uma Belina com o mesmo acabamento e conforto do sedan Del Rey.
Mas ela não convenceu o mercado cada vez mais exigente.
Pra começo de conversa, um carro "para a família" deveria ter quatro portas, e não apenas duas - pesadas e enormes.
A título de comparação, a perua VW Santama Quantum (lançada em 1984) tinha quatro portas, e fez muito sucesso...
Pra começo de conversa, um carro "para a família" deveria ter quatro portas, e não apenas duas - pesadas e enormes.
A título de comparação, a perua VW Santama Quantum (lançada em 1984) tinha quatro portas, e fez muito sucesso...
Nesse mesmo ano surgiu a cara - e cobiçadíssima versão Ghia (topo de linha).
No fim dos anos 80, a fusão da Ford e da Volkswagen na malsucedida
Autolatina, permitiu ao Del Rey receber um motor à altura, o conhecido AP 1.8
(95 cv) da Volkswagen, que proporcionou mais agilidade ao sedan, sem consumir muito mais.
O lançamento do Verona e do Apollo (versões sedan do Escort) decretaram o fim da linha Del Rey já em 1991, após 350.000 unidades produzidas.
O lançamento do Verona e do Apollo (versões sedan do Escort) decretaram o fim da linha Del Rey já em 1991, após 350.000 unidades produzidas.
VERSÕES ARTESANAIS
Na década em que o Del Rey esteve presente
no mercado, não faltaram opções artesanais que davam ainda mais exclusividade
ao veículo.
A versão conversível era mesmo "de virar a
cabeça". Deixava o carro muito esportivo e, ao mesmo tempo, elegante...
desde que não se levantasse a capota de nylon.
A Santo Amaro e a Souza Ramos foram algumas concessionárias da marca que produziram essa versão, até hoje atraente.
A Santo Amaro e a Souza Ramos foram algumas concessionárias da marca que produziram essa versão, até hoje atraente.
LIMOUSINE DEL REY
Já a versão limousine, com diferentes "enxertos" na carroceria,
finalmente ofereciam o espaço extra que sempre faltou ao Del Rey e que agora permitiam a livre movimentação das pernas
dos afortunados passageiros do banco de trás, bem como o acesso ao interior do carro. Quanto ao design... o resultado é bastante polêmico.
Acima e abaixo: a
Engerauto, a Santo Amaro e a Souza Ramos produziram algumas unidades, mas em razão do preço elevado e resultado estético discutível (além do motor fraco), não fizeram o sucesso
esperado.
Por fim, sempre tem algum "mechânico" de
fundo-de-quintal que solta a imaginação e cria algumas versões bizarras, como
picape e alguns xunados que nem merecem muitos comentários.
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