sexta-feira, 5 de maio de 2023

AERO WILLYS - (1960 A 1962) - E CADASTRO NACIONAL

Aero Willys brasileiro - 1ª geração com linhas arredondadas

Em 1960 – um ano após o lançamento do sedan compacto Dauphine (produzido sob licença da Renault) – a Willys Overlando do Brasil lançou por aqui o AERO, um elegante sedan de 4 portas e tamanho médio-grande (nos EUA era considerado compacto).

Aqui ele quase recebeu o nome “BRASÍLIA”, mas quem acabou adotando esse nome foi a Volkswagen, no modelo hatch de 1973 - e que foi um sucesso de vendas.

Os modelos 1960 e 1961 tinham discretas pestanas nas molduras cromadas dos faróis (esse detalhe ficou mais acentuado no modelo 1963).


Também havia um grosso friso cromado no centro da tampa do motor, com um ornamento em acrílico na extremidade (confira acima)- detalhe já fora de moda, mas ainda assim interessante no início de década de 60. Não custa lembrar aos leitores que a "nossa" indústria automobilística mal engatinhava...

Abaixo, detalhe da nada discreta fechadura da tampa do porta-malas, com grossa moldura cromada. O o friso cromado que percorria a lateral do carro tinha formato de "Z", dividindo a pintura da carroceria em duas cores no velho estilo "saia-e-blusa".


As rodas não tinham janelas de ventilação e as calotas eram enormes, mas com desenho simples.

O Aero foi apresentado ao público brasileiro em 25 de março de 1960, com 60% das peças produzidas pela matriz norte-americana.

Curiosamente, suas linhas arredondadas o assemelhavam ao Dauphine (projeto da Renault), mas ele derivava do modelo norteamericano Wing, com detalhes do modelo Custom - como a imensa grade cromada do motor, além de lanternas e frisos. Por isso ficou conhecido como “Aero-bolha”.

A frente se destacava pela grossa grade cromada e a traseira tinha para-lamas com discreto rabo de peixe.

As lanternas tinham grossa moldura cromada e na parte inferior havia uma lente incolor sugerindo a luz de ré, mas ele não oferecia esse recurso.

O porta-malas era amplo (460 litros), mas o estepe posicionado na vertical, no canto direito, roubava precioso espaço das bagagens.


O espaço interno era generoso, podendo acomodar até 6 pessoas com conforto.

Os bancos, com assentos altos, eram autênticos sofás, e ofereciam boa visibilidade para o motorista, que tinha à frente um volante cujas generosas dimensões “amenizavam” o peso da direção.


Um detalhe interessante: os quebra-ventos das porta traseiras se abriam, para melhorar a ventilação interna. Confira abaixo:


O painel, todo metálico, era pintado e tinha apenas um instrumento (redondo) à frente do motorista. Ele agrupava velocímetro, termômetro do painel e marcador do nível de combustível, além do hodômetro e das luzes indicadoras do óleo e bateria.


O câmbio tinha a alavanca fixada na coluna e engatava apenas 3 marchas para a frente (1ª marcha não sincronizada) mais a ré.

O sedan pesava 1.440kg e usava o mesmo conjunto mecânico do Jipe Universal (motor de 6 cilindros em linha, de 2.638cm3, que desenvolvia 90 cavalos).

A velocidade máxima alcançava modestos 120 km/h, indo de 0 a 100km/h em 17,8 segundos. O consumo médio de 7 km/l - marca até boa para a época. Afinal, o Aero nada mais era que um “jipe de gravata”...

Mas nem tudo eram flores: a embreagem trepidava e os freios eram duros, sujeitos a falhas e com trajetória errática.

As suspensões eram firmes, mas o carro era instável.

Comparado ao Simca Chambord, a primeira fornada do Aero era muito simplória, mas a fábrica trabalhou ligeiro para torná-lo um sedan cada vez melhor, além de confiável.

Consta que em 1960 os engenheiros da Willys começaram a esboçar uma versão perua (que nunca existiu nos Estados Unidos), e que aqui se chamaria “CACIQUE”. O plano foi abandonado.

Em 1961 apenas novas cores foram acrescentadas ao catálogo.


No fim daquele ano foi lançada a linha 1962 que recebeu importantes mudanças que modernizaram bastante o conjunto, sem no entanto descaracterizá-lo. Deixou de ser oferecida a opção da pintura em dois tons (saia-e-blusa) e novas cores foram introduzidas. Além disso, o sedã ganhou novas rodas com janelas para ventilação, novo friso de proteção lateral (agora reto), nova fechadura na tampa do porta-malas (mais discreta), novas calotas (menores e mais elegantes), outra lente na luz de ré e novos detalhes interiores e exteriores.


O capô do motor ficou mais "limpo" sem o friso cromado e o ornamento acrílico.

As discretas pestanas das molduras cromadas dos faróis também sumiram.

O banco traseiro teve o assento rebaixado, de forma a aumentar o espaço livre para a cabeça dos ocupantes (esse problema seria resolvido de forma mais satisfatória no modelo 1963, que tinha teto "retangular" e nova carroceria).

O painel de instrumentos ganhou forro almofadado e um cinzeiro no alto.

Mecanicamente, a linha 62 incorporou novos freios “duo-servo” nas 4 rodas. Também foram efetuadas alterações no sistema de escapamento e no freio-de-mão.

Para fechar o ano com chave-de-ouro o índice de nacionalização atingiu 100%  - um recorde para aqueles tempos e a prova de que a Willys Overland do Brasil não estava para brincadeira. A renovada linha 1963 estreou em Paris. 

CADASTRO NACIONAL

Placas cinzas, pretas ou MercosulAAP 9010 – ABV 0754 - ACF 3961 - ACO 1965 – ADN 1589 – AEB 0282 - AEG 1961 – AEH3401/AEH3E01 - AER0062 - AER 1611 – AES 0661 - AEW 1961- AGW 1961 - AHH 3217 - AIS 1961 - AIT 5683 - AMY 0472 - ANO 1961 – BAH 1960 - BCF 1961 – BJQ 8660 - BKN 6501 - BPG 4251 - BSU 9340 – BTD 3549 - BUK 3326 – BUZ1J62 - BVX 7462 – CAX 7230 – CHJ6575 – CNB 4741 - CNG 1962 – COC 1962 - CQA 2913 – CRD 1961 - CRR 6662 – CRU 1962 – CSS 3259 - CTI 1962/CTI1J62 – CVZ 1961 - CWE 4804 - CXE 1660 - CXN 1962 - CYZ 1961 – CZV 3945 - DAL 1961 - DAZ 1960 - DAZ 8562 – DBE 0090 – DDF1903 - DEE 1962 – DEH 7990 – DHH 1841 - DMP 5708 – DPG1962 – DUF 1961 - DUZ 1962 – EEN 1962 – ERD 1961 - FHT 1962 - FZD 1961 – GCF 1961 - GNV 3155 - GKY 3188 – GLA 5104 - GLH 1962 - GLX 1962 – GNI 8900 - GNT 1962 – GPG 4444 - GPJ 1055 - GRG 6982 - GTA 5031 – GTR 2237 - GUV 9495 – GWM 5293 - GWO 7748 – GXC 1579 - GXG 2285 – GXJ 8650 – HDX 1960 - HDY 1960 - HIG 6937 - HOT 0296 - HSP 1962 - ICM 4838 – ICO 1960 – IDX 6126 – IDY 9016 - IEJ8993 - IEK4102 – IFC 0575 - IFT 1849 – IGR 2924 - IHL 5319 - IHL 5388 - IHS 1970 – III 8736 - IIW 8141 - IIY 9692 - IJA 2940 - IJC 0988 - IJM 2657 – IJR 1385 - IKN2453 - ILO 1115 – INI 7517 - IOT 1961 – IUJ 7423 – IUU 4067 - IWO 1962 - JAL 1961 – JCO1960 - JEI 0003 – JTP 5388 - KGH 7328 – KLV 1960 - KLV 1963 - KSK 0151 - KSQ 0105 – KSS 2911 - KSW 8891 – KTB 9572 - KTG 0669 – LDC 3043 - LDJ 8572 – LDK9419 - LDL 5255 – LDO 5802 – LDW 5580 - LHY 9516 - LIC 9524 - LJE 7554 - LJO 9839 – LQL 5060 - LVK 5687 - LXK 9593 - LXS 7017 – LYL 1950 – LZE 7235 - LZI 2699 - LZP 5588 - LZQ 8486 - LZS 1960 - MAR 1962 - MAW 1962 - MAZ 4624 - MCV 1560 – MUT 7358 - MZA 1962 - NFQ 6637 - NID 1962 – PUJ 0498.

Total = 153 exemplares

Última atualização em 18 de abril de 2024. 

Álbum de fotos aqui: http://www.pinterest.com/aeferreira/aero-willys-1960-1962/

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