segunda-feira, 27 de junho de 2022

MALZONI - PUMA GT/DKW - E CADASTRO NACIONAL

Durante a década de 1960 a indústria nacional de automóveis ainda engatinhava e os fabricantes utilizavam os resultados obtidos nas pistas de corridas como instrumento de marketing. Já era evidente a paixão do brasileiro por automóvel.

A DKW-Vemag concorria com um sedan Belcar modificado (chassi encurtado, depenado para ficar mais leve, motor envenenado etc.) e obtinha bons resultados com ele. Mas o modelo ainda era muito pesado. Foi então que Jorge Lettry (do departamento de competições da Vemag), Genaro (Rino) Malzoni (que produzia carrocerias personalizadas e as montava em chassis existentes), Anísio Campos (designer e piloto), entre outros criaram em 1962 um pequeno protótipo esportivo em metal, com desenho de inspiração italiana: o MALZONI.

O “Malzoni I” (fotos abaixo) era um cupê 3 volumes, com capacidade para 4 pessoas. 


O primeiro Malzoni tinha proporções bem equilibradas e visual atraente. Nos para-lamas dianteiros havia grades de ventilação e o vidro traseiro, envolvente, proporcionava ótima visibilidade. Ele utilizava chassis e mecânica DKW 2 tempos, 3 cilindros e 981 cm3 (usado pela Vemag) e carroceria em plástico e fibra-de-vidro. Foi usado o chassi do DKW Belcar porque era reforçado e tinha comportamento esportivo – e era possível comprá-lo sem que a carroceria viesse junta. A tração dianteira e a suspensão ajudavam a conferir uma estabilidade excepcional ao conjunto. O câmbio de 4 marchas à frente, sincronizadas, e uma à ré, ficava no assoalho, com embreagem de um único disco seco e com roda livre idêntica a dos veículos da Vemag, acionada por cabo sob o painel. As relações de redução são 3,82; 2,22; 1,31 e 0,915 para 1. A relação da ré é 4,58:1 e a do diferencial é de 5,14:1.

Em 1964 surgiu o "Malzoni II", que logo ganharia o nome "GT Malzoni". O protótipo também foi construído em aço e a dianteira lembrava um, pequeno “buldogue”. Os faróis redondos e encaixados remetiam ao Triumph Spitfire e o vidro traseiro adotava o estilo das berlinetas.



Já o "Malzoni III" receberia linhas mais retas na cintura e duas saídas de ar (redondas) nos para-lamas dianteiros. Os faróis finalmente ganharam carenagem e os para-choques ficaram mais delicados. Na traseira truncada (menos elegante que a do Malzoni II) havia um novo par de lanternas redondas de cada lado (à la Corvette). 


Duas versões foram produzidas: a "Espartana" (sem forrações de portas, material fono-absorvente e bancos mais finos) – para as pistas de corrida – e a que seria o "Malzoni IV" - foto abaixo - que mais tarde originaria o Puma GT (conhecido também como "Puma DKW").




As primeiras unidades do Puma GT (ou Puma DKW) foram produzidas com carroceria metálica, mas para continuar a produzi-las assim seriam necessárias caras prensas ou recorrer a empresas especializadas, como a Karmann – o que deixaria seu preço ainda mais proibitivo. Para se ter uma ideia, o Puma GT custava o equivalente a um Willys Itamaraty – o carro “top de linha” da Willys!

No tanque de combustível do esportivo cabem 45 litros, incluindo 8 litros para reserva. No reservatório do Lubrimat cabem pouco menos de 2 litros. A caixa de câmbio tem capacidade para 2,5 litros, sendo 2,25 litros no reabastecimento. O sistema de arrefecimento comporta cerca de 8 litros de água. A velocidade máxima estimada era de bons 145 km/h e o consumo de igualmente bons 11,43 km/l.


Em resumo: existiram 4 modelos do Malzoni GT.

O Malzoni I foi o primeiro fabricado por Rino Malzoni. Foi alvo do teste da Revista Quatro Rodas, então denominado como "DKW-Vemag GT".

O Malzoni II por sua vez era uma berlineta com formas mais aerodinâmicas e mais apropriadas para pistas de competição.

O Malzoni III era uma evolução desse segundo modelo, também em aço, e serviu como molde para as fôrmas do modelo em fiberglass, o Malzoni IV. Este último, com o tempo, foi denominado como Malzoni GT (também testado pela Revista Quatro Rodas) e deu origem ao Puma ainda com motor DKW.

No salão do Automóvel de 1966 foi exibido o Puma GT. A empresa Lumimari, posteriormente renomeada para Puma Veículos e Motores Ltda., foi criada para produzir o veículo. 

No primeiro ano, 125 unidades foram produzidas, segundo a Anfavea. Mas a absorção da Vemag pela VW, em 1967, e o fim da produção dos motores DKW, obrigaram a Puma a produzir um novo esportivo (Puma GT 1500 ou Puma VW), com carroceria em fibra-de-vidro e design inspirado no Lamborghini Miura 12 cilindros (desenhado por Franco Scaglione). A mecânica agora era a VW 1500, refrigerada a ar e instalada na traseira. A tração também passou a ser traseira. Mas essa já é outra história...

O total de Malzoni e Puma produzidos com mecânica DKW é de cerca de 170 unidades. 

CADASTRO DE GT MALZONI – PUMA DKW

Placas cinzas, pretas ou Mercosul:  ACX6407 - AJX2107 – AKW0767 - BQJ1967 – COL7677 - CPO1967 – CRV0601 – CSV9314 – CYZ1967 - DAP1967 – DEA9964 - DGT1966 – DKP1967 - DKW0981 – DKW1967 – DKW8333 - DKW9967 – DTX1967 - DYA3267 – EAH1966 – EPM1966 – EPN1965 – FDW1967 - FGU1963 - FXJ1967 – GFR1967 – GOK1966 – HAR1966 – HGX1967 - HNI1963 - IAR9214 – IEF6173 – IIN5036 – IKQ5538 – ILU7316 – IYY1966 - JEI0006 – KGK1967 - KJW1967 - KPF7653 – KSN8235 – LDC7997 – LDS1102/LDS1B02 – LEB9063 – LEX9581 - LJS1967 – MJD1967 - OLQ1967 – PVE1966 - PYL8457

Total: 49 exemplares

Última atualização em 27 de junho de 2022.

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