A "VEMAG - Veículos e Máquinas Agrícolas" - foi o único fabricante nacional a usar motor 2 tempos, 3 cilindros.
Todos os demais automóveis produzidos pelas outras montadoras (Simca, Willys, Volkswagen, Ford, Chevrolet e FNM) usavam motores com 4, 6 ou 8 cilindros.
O valente motor DKW tinha apenas 7 peças móveis, sem válvulas. Havia 3 bobinas, 3 platinados e 3 condensadores – um conjunto para cada cilindro.
O óleo era misturado à gasolina (inicialmente era colocado diretamente no tanque junto com a gasolina, mas depois o equipamento lubrimat fazia o serviço, adicionando-o aos poucos). Com isso, o óleo do motor não tinha que ser trocado – pois não ficava "velho".
Nos modelos Belcar, Vemaguet e Fissore o radiador ficava posicionado atrás do motor – e não rente à grade de refrigeração.
Como esse motor não tem bomba d’água, a diferença de densidade da água quente e da água fria promove a circulação num processo de transferência de massa denominado "termo-sifão".
E como a água circula no sistema de termo-sifão?
A água fria tem um peso específico, ou seja, o peso dividido pelo volume ocupado, maior que a água quente. Portanto, se num tubo vertical houver água quente e água fria, a porção de água fria vai pra baixo deixando espaço para ser ocupado pela água quente. A água fria da parte de baixo do radiador empurra a água quente do bloco do motor canais verticais acima – desde que não obstruídos por depósitos calcários e ferrugem – água quente essa que caminha pela mangueira superior do motor e entra na caixa d água do radiador. Da mesma forma a água fria tende sempre a descer, “abrindo” espaço para a água quente ocupar o seu lugar.
Em favor da economia, havia a “roda-livre”, onde o freio-motor não atuava. O perigo estava nas descidas de serra...
O pedal do acelerador tinha 2 estágios (pioneiro), o que promovia um menor consumo.
A Vemag oferecia opcionalmente o Saxomat – espécie de “câmbio automatizado”, que dispensava o pedal da embreagem. O motorista fazia apenas a troca das marchas – isso há mais de 50 anos!
A tração era dianteira, enquanto todos os carros dos concorrentes tinham tração traseira. Com isso, o assoalho dianteiro era quase plano e o espaço traseiro não incomodava os pés dos 3 passageiros.
Até o começo de 1964, as portas dianteiras da perua Vemaguet e do sedan Belcar abriam de forma diferente do convencional, ou seja, “da frente para trás”.
Eram apelidadas de “portas-suicidas” e com isso o Decavê era apelidado de "Deixavê".
A partir de 1965 esse charmoso detalhe foi deixado de lado e adotou-se a abertura de portas convencionais, em nome da "segurança".
O elegante sedan 2 portas Fissore foi projetado e lançado no mercado nacional em 1962 com o sistema de abertura convencional.
O DKW Vemag tinha uma traseira mais larga que a dianteira. Com isso muitos motoristas que trafegavam por passagens estreitas ficavam surpresos pelos para-lamas traseiros raspados - o que não ocorria nos dianteiros...
O jipe Candango tinha tração nas 4 rodas e a "reduzida" - que duplicava o número de marchas - permitindo ao valente jipinho transpor todo tipo de terreno.
Ou seja, os produtos DKW eram “únicos”.
Esta matéria tem sido publicada e republicada por mim há anos. Procuro atualizá-la com textos e comentários obtidos em diversos sites e fóruns da internet, e também com base em alguns e-mails que recebo dos especialistas na marca.
Para
(muito) mais informações sobre o DKW, recomendo a leitura do livro "DKW -
A GRANDE HISTÓRIA DA PEQUENA MARAVILHA" - Editora Alaúde.
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