sábado, 26 de dezembro de 2020

OS DOIS OPALAS QUE EU TIVE

O Chevrolet Opala (1968-1992) foi um dos melhores e mais versáteis automóveis produzidos no Brasil. Produzido com três diferentes carrocerias (sedan 4 portas, cupê 2 portas e perua), conseguia agradar e satisfazer agradar tanto os "coroas" quanto os "executivos", os "chefes de família" e os "playboys". 

Desde o começo houve a opção de motores com 4 ou 6 cilindros. E com o tempo o câmbio foi oferecido com 3, 4 ou 5 marchas - na coluna ou no assoalho, mecânico ou automático. O motor 4 cilindros permitiu ao carismático automóvel enfrentar melhor as diversas crises do petróleo, que jogavam os preços dos combustíveis para o espaço. E a versão 6 cilindros atendia aos anseios dos que curtiam acelerações mais vigorosas e que não se importavam muito com o alto custo do combustível. Não custa lembrar que nos anos 80 houve a opção de motor movido a álcool...

Curiosamente, a versão esportiva SS começou em 1971 com carroceria sedan 4 portas, mas no ano seguinte a GM adotou a carroceria Cupê 2 portas - mais adequada à proposta. Além da versão SS6 (6 cilindros), também foi produzida uma versão mais econômica, a SS4 (motor 4 cilindros), que não fazia muito feio comparado ao seu irmão mais novo, o Chevette GP, e ao rival Corcel GT. Mas esse Opala SS4 não era páreo para o esperto e estável Passat TS - outro que também tinha motor 4 cilindros... Interessante foi ver a ousadia da GM em estender a "proposta esportiva" à familiar perua Caravan, também oferecida nas versões SS4 e SS6.

MEUS DOIS OPALAS

Até hoje fui proprietário de dois Opalas.

O primeiro era verde, modelo Especial, Cupê 2 portas, ano 1974/1974, que minha mãe adquiriu em novembro de 1974 - quando a linha 1975 já tinha sido lançada (as lanternas traseiras da linha 1975 eram duplas e redondas). 

Apesar de a versão "Especial" ser a básica da linha, este exemplar veio equipado com vários opcionais: teto de vinil, pintura metálica, 4 faixas brancas paralelas na linha de cintura, garras nos para-choques, servo-freio e ar condicionado. 

No subúrbio onde morávamos, ele foi recebido e tratado como um "carrão"! 

Alguns anos depois ele perdeu o teto de vinil na primeira reforma. 

Finalmente, em 1988 minha mãe já não o dirigia e como eu estava há 4 anos morando em Brasília sem haver conseguido juntar dinheiro para comprar um carro, ela me deu o Opalão de presente. E que presente!

Abaixo, a primeira foto é de 1975 (eu à direita, aos 15 anos de idade). A segunda foto é de 1989, e o carro já está sem o teto de vinil e calotas (equipado com as rodas do modelo 1976).


Abaixo, nos anos 1990: rodas de liga-leve, bancos separados, grade esportiva Envemo, cor verde-amazonia, luzes de ré "em cima" e sem as faixas laterais. Nas fotos, minha querida tia Rosinha.

As rodas com calotas e pneus diagonais cederam a vez a outras, mais esportivas e com pneus radiais. 

O banco dianteiro inteiriço deu a vez a bancos esportivos separados. 

Apenas o câmbio de 3 marchas permaneceu na coluna (naquela época, e ainda mais em Brasília, era muito difícil obter-se um câmbio de 4 ou 5 marchas no assoalho).

A cor verde menta foi substituída por outra, mais escura (verde amazônia).

Viajei muito com esse carro pelo centro-oeste e percorri muitas vezes a rota Brasília-Rio-Brasília para rever a família, na maior parte das vezes sem problemas. 

Em 1997 - depois de algumas colisões (que enfraqueceram sua estrutura) e pelo fato de o câmbio viver "encavalando", sem ter como ajeitá-lo - decidi que era chegada a hora de comprar um carro mais novo e confiável. Com o dinheiro da venda do Opala 1974, comprei um VW Voyage branco, 1986, a álcool, que pertencia ao colega e amigo Eli do Bomfim.

Anos mais tarde, encontrei por acaso outro Opala Cupê, na cor vinho, modelo Luxo, ano/modelo 1978. Encontrei-o ao acaso no estacionamento do BC com um cartaz de "VENDE-SE" afixado no vidro - o suficiente para conquistar a minha atenção. Fiz uma proposta "decente" ao vendedor, e ele aceitou. 

O carro estava muito bom, mas foi necessário ajustar os freios, trocar os pneus e providenciar alguns consertos, todos fáceis. Mais adiante, esse Opala ganharia uma repintura completa. 

O motor desse Opala também era de 4 cilindros, mas o câmbio de 4 marchas no assoalho e os banco dianteiros separados, com encosto alto, em nada lembravam o velho Alfredo. 

Em pouco tempo acabei vendendo-o depois de receber uma "irrecusável proposta indecente".

Abaixo, o Opala 1978 assim que o comprei (Beto posou com ele):

Abaixo: após a repintura, ele ficou ainda melhor!

CLIQUE NAS IMAGENS ACIMA PARA AMPLIÁ-LAS

Nenhum comentário:

Postar um comentário