quinta-feira, 15 de agosto de 2024

A HISTÓRIA DO DODGE 1800/POLARA - 1973 A 1981 (Parte 2)

Em 1974, as poucas diferenças visuais apareciam nas caixas de rodas frontais, agora com vincos. Mas os sucessivos aumentos do preço do petróleo e o embargo da Opep, encareceu demais a gasolina e as montadoras passaram a dar ênfase à produção de carros econômicos.

O Dodge 1800 modelo 1974 ganhou novos carburadores, “SU” e, depois, Stromberg. No início os carros saíam com “SU” de 36mm e depois com Stromberg (os funcionários da fábrica Inglesa de carburadores “SU” fizeram uma longa greve e a falta do produto fez a Chrysler optar pelo Stromberg). Os novos carburadores proporcionavam 4 cavalinhos extras de potência, a velocidade máxima subiu para 150 km/h e o consumo de combustível melhorou cerca de 20%.

Neste ano ano surgiu a simpática versão SE (abaixo), que apesar do acabamento simples e despojada de cromados, atraía quem buscava mais esportividade. Para reduzir custos, o modelo perdia o pára-sol do carona e o isqueiro do painel, mas o novo volante plano de 3 raios tinha um design bonito. Outro detalhe interessante (já experimentado no Dodge SE de 1972) é que os revestimentos dos bancos e portas combinavam com a cor externa da carroceria e das rodas. Eram oferecidas as cores amarela, branca, verde e vermelha. 

Ainda em 1974, a Chrysler preparou um protótipo de caminhonete a partir do 1800 (abaixo). O projeto foi divulgado ao longo do ano junto aos seus concessionários, mas o modelo não vingou.

Em 1975 a Chrysler tentou atrair novos compradores lançando uma nova versão básica do 1800, desprovida de qualquer friso exceto aqueles em torno dos faróis e da grade (Standard). A versão L passou a ter um emblema “De Luxo” nos para-lamas dianteiros e a versão GL um “Gran Luxo”. A versão SE ainda era oferecida mas perdeu clientes para a nova versão básica, menos “cheguei”. O interior das versões L e GL eram idênticos aos do ano de lançamento (1973). O emblema “Dodge” do capô passou a ser quadrado (antes era em letra cursiva) e a grade da versão L ganhou a cor prata.

Novo carburador entrou em cena, o modelo japonês Hitachi, com 36mm. Ele era cópia fiel dos modelos ingleses de venturi variável e tinha até o mesmo encaixe no coletor do 1800 (até o cabo do acelerador era igual), e a potência se manteve em parcos 82 hp. Para aplacar a fúria dos consumidores decepcionados com a quantidade de problemas que surgiram em seus carros, a Chrysler lançou o plano Garantia Total, assegurando a troca de qualquer peça ou componente (exceto câmaras de ar e pneus), sem custos para o comprador, por  meses ou 12.000 km. A concessionária Ibirapuera Veículos (SP) ia além e garantia combustível para os primeiros 10.000 km rodados de quem levasse um Dodge 1800 “0 Km”. 

No Salão do Automóvel foi apresentada a perua Dodge 1.800, com 4 portas (acima), idêntica em estilo à Hillman Avenger Estate inglesa. Ela poderia ter sido uma séria concorrente da Ford Belina e da VW Variant – e por ter motor mais potente e 4 portas, seria mais adequada ao transporte de famílias e respectivas bagagens. Mas a Chrysler acabou abandonando o projeto, pois antes de tudo precisava sanar os muitos problemas do Dodge 1800. 

Ainda em 1975 começaram os testes com álcool etílico, e o Dodge 1800, desenvolvido no CTA (Centro Tecnológico Aeroespacial), foi o primeiro veículo a usar esse combustível alternativo - foto abaixo.

Em 1976, após demorada pesquisa de opinião junto aos consumidores, a Chrysler finalmente efetuou profundas modificações mecânicas no 1800, que foram acompanhadas de um novo nome de batismo: POLARA (propaganda abaixo).

A dianteira recebeu uma nova grade e novos aros nos faróis, enquanto as lanternas traseiras perderam o friso horizontal que as dividia ao meio. As rodas ganharam nova pintura e a versão GL perdeu o sobrearo. As suspensões foram recalibradas com a troca das molas traseiras por outras mais baixas (a traseira do 1800 era arrebitada). As molas dianteiras foram trocadas por outras mais altas, e tudo isso foi combinado com uma nova geometria. O cabeçote foi redesenhado e recebeu dutos maiores, e houve um pequeno aumento da taxa de compressão. As válvulas de escape e admissão ficaram maiores, os coletores de admissão e escape também ganharam dutos maiores, e foi incorporado um comando de válvulas mais “forte”. Tudo isso associado a um novo carburador “SU-175” (ou HS6) fez com que o motor de 1800cc “acordasse’ e passasse a render 10 cavalos a mais (92 hp), o que finalmente deu ao carrinho a agilidade necessária (160 Km/h de velocidade máxima) e, de quebra, menor consumo de gasolina.

O Polara passou a ter a opção de pneus radiais e servo-freio, ficando ainda mais confortável e seguro. O volante passou a ser o da linha Dart/Charger de 1976, e o interior podia ser nas cores preta ou caramelo, com a mesma padronagem oferecida nos Dart de luxo. Foram extintas as versões L e SE, ficando apenas a 1800 (básica) e a Gran Luxo.

O Polara conquistou o cobiçado título de “CARRO DO ANO DE 1977” e as vendas reagiram favoravelmente (12.896 unidades).

De fato, o Polara parecia um novo carro, e era bem melhor que o 1800. Em teste comparativo feito pela revista 4 Rodas, 3 carros médios de luxo foram comparados ao Polara GL: Chevrolet Chevette SL, Ford Corcel LDO e VW Passat LS. O Dodginho foi melhor nos quesitos desempenho, freios e suspensão e, empatou com outro concorrente em rendimento do motor, direção, estabilidade e nível de ruído. Em 1977 nada mudou do lado de fora, apenas foram oferecidas novas cores. Depois novos instrumentos foram incorporados, além de novos botões de comando com iluminação. Os bancos e forrações eram idênticos aos da linha 1976, mas surgiu a interessante opção de interior na cor vinho. O servo-freio com circuito duplo passou a ser item de série. Como os concorrentes não davam trégua (o VW Passat “nadava de braçada” e em 1977 surgiu o Corcel II), em 1977 foi lançado o modelo 1978 com profundas modificações no visual do carro, a começar pelos enormes faróis retangulares com piscas nas extremidades (até então, os piscas dianteiros ficavam sob o para-choque).

Continua... 

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