Seus
maiores rivais eram o Ford Corcel II e o VW Passat.
Diante
deles o Monza se destacava por ser moderno, espaçoso e funcional. O porta-malas
– com 433 litros de capacidade – tinha fácil acesso pela tampa traseira que
subia junto com o vidro e que podia ser ampliado até 1047 litros rebatendo-se o
encosto do banco traseiro.
O
quesito beleza contribuía para a rápida aceitação, mas... o motor 1.6
decepcionava no quesito desempenho, em que pese a boa aerodinâmica, para a
época, com cx de 0,39. O modelo acelerava de 0 a 100 Km/h em longos 16 segundos
e a velocidade máxima limitada a 150 Km/h.
O câmbio manual de 4 velocidades era da japonesa Isuzu, com lubrificação permanente (que dispensava a troca do óleo). O braço da suspensão dianteira vinha da Holden australiana e o eixo traseiro, da Opel alemã. Mas os engates do câmbio muito longos, o volante em posição muito vertical e a direção que exigia muitas voltas de um batente ao outro, desagradaram logo de cara. Essas e outras deficiências logo seriam sanadas pela Chevrolet.
Em
1983 o Monza recebeu um novo motor 1.8 e a elegante carroceria sedan de 2 e 4
portas (4,36m de comprimento e porta-malas de 510 litros), que agradou tanto
que em 1984, 1985 e 1986 conquistou o título de “CARRO MAIS VENDIDO DO BRASIL”.
Mas uma versão perua nunca seria produzida (em seu lugar a GM lançaria a Ipanema, derivada do
Kadett, que seria um fracasso de vendas). A Envemo produziu uma perua em 1984,
derivada do sedan 4 portas e com tampa traseira em fibra-de-vidro, mas a GM não
“comprou” a ideia. Com isso, a novata VW Santana Quantum 4 portas nadou de
braçada, sem rivais.
Em
1990 o Monza foi reestilizado e recebeu uma nova frente, baixa e longa. A traseira ganhou linhas retas e a tampa do porta-malas agora abria até o para-choque (o porta-malas ficou ainda maior, com 565 litros). O carro ficou mais comprido (4,49m), mas perdeu harmonia nas linhas. Em
compensação, o veterano incorporou importantes aperfeiçoamentos mecânicos
e novos itens de conforto e segurança.
Somente
em 1996, após 14 anos em linha, o Monza despediu-se do mercado brasileiro com a
façanha de nunca ter precisado de catalisador. Seu sucessor foi o moderno
Vectra.
VERSÕES PERSONALIZADAS
Acima, a versão Targa do Monza, produzida pela BB Equipamentos
A
proibição de importação de carros novos e a demanda reprimida fizeram com que a
década de 80 evidenciasse a criatividade de algumas revendas de automóveis e
lojas especializadas em acessórios.
Algumas
produziram versões personalizadas de carros já existentes e outras foram além,
lançando produtos inéditos, embora aproveitando boa parte da estrutura e do
conjunto mecânico de carros aqui produzidos pelas multinacionais Volkswagen,
Chevrolet etc.
As
mudanças eram mais percebidas pelos novos volantes – menores e com desenho
esportivo – além de rodas esportivas de liga-leve, bancos esportivos e
envolventes, escapamentos esportivos etc.
Outras
modificações eram facilmente percebidas em versões peruas, conversíveis e até
limousines.
Revendas
como a Sulam, Dacon e Envemo ou lojas especializadas como a El Rabit, Jumbo Car
Center, Rodão e outras destacavam-se e faturavam alto.
A Chevrolet só produziu em série as carrocerias hatch 2
portas e sedan de 2 e 4 portas. No exterior existiu o Chevrolet Cavalier e
Vauxhall Cavalier Convertible, sendo que esse último tinha um visual bem
parecido com o Monza.
No
caso da perua, nos exterior existiu a Chevrolet Cavalier Wagon, a Holden Camira
Wagon e Vauxhall Cavalier Estate nos
EUA, Austrália e Inglaterra respectivamente, sendo que a seção traseira da Cavalier Estate vinha da Austrália.
A
ENVEMO produziu, artesanalmente, a versão conversível e a perua. Em julho de
1985 uma revista especializada testou o Monza Perua versão 1.8 a álcool: de 0 a
100 Km/h em 12,9 segundos e alcançou a velocidade máxima de 164 Km/h. O consumo
urbano foi de 6,4 Km/l de álcool e o rodoviário foi de 11,2 Km/l (carregado) e
de 11,7 Km/l (vazio). Marcas muito boas, visto que era um motor projetado para funcionar apenas com
álcool. Se fosse um motor flex, como os de hoje, não conseguiria reproduzir
essas marcas usando apenas o combustível vegetal.
Ao
que consta a ENVEMO só teria produzido 6 peruas com 2 portas (em 1984) e 15
outras com 4 portas.
Quanto
aos conversíveis, ainda há alguns rodando pelo país e – como todo modelo sem
capota – esbanjado esportividade e exclusividade.
CONFIRA ESTA COLETÂNEA DE MONZAS EXCLUSIVOS
Acima, o Monza 200 SEC e o Monza SR85
Abaixo, o Monza "cabine estendida" (AVALLONE e SOUZA RAMOS)
Abaixo, o Monza "conversível" (ENVEMO e SULAM)
Abaixo, o Monza com "frente de Pontiac" (ENVEMO)
Abaixo, o Monza "limousine" (AVALLONE e outros)
Abaixo, o Monza com "kit Mercedes
Benz190"
Abaixo, o Monza na versão "picape" (de fundo-de-quintal)
Para finalizar, o Monza na versão "perua" (ENVEMO)