quarta-feira, 1 de julho de 2020

LINHA FORD GALAXIE-LTD-LANDAU (1967 a 1983) - Parte 2

Parte 2

O VI Salão do Automóvel de 1968 teria uma versão mais luxuosa do Galaxie 500: o LTD modelo 1969. 
Abaixo, a nova versão top LTD, modelo 1969
 (grade diferenciada e mais luxo, em relação ao Galaxie)

Equipado com o novo motor V8 292, de 4.800cc, o LTD tinha 190 HP de potência e câmbio automático de 3 marchas. O ar condicionado, entretanto, continuava sendo oferecido como opcional. 
Ele ganharia uma nova grade de motor, quadriculada, além de teto de vinil, bancos forrados em jérsei e melhor acabamento. 
O Galaxie 500 seria atualizado com novas opções de cores, nova grade do motor e alguns detalhes de acabamento, mas perderia a charmosa “mira” do capô. Ele podia receber, opcionalmente, o novo motor 292 V8 do LTD.
Em 1969 seriam vendidas 5.544 unidades, ainda uma boa marca, mas que acusava a chegada de concorrentes modernos e baratos ao mercado, como o Chevrolet Opala 4 e 6 cilindros (que vendeu 25.517 unidades no lançamento, em 1968) e, principalmente, o Dodge Dart V8 (outubro de 1969).
Abaixo o Galaxie 1969 com nova grade e logotipos
(sem a "mira" do capô, novos frisos e logotipos).

Em 1970 o motor 292 V8 estaria disponível para toda a linha, assim como cintos de segurança, mas a luz que iluminava o assoalho (ficava sob o painel) deixou de ser oferecida. Mas a Ford acabou repetindo o erro que a Simca havia cometido alguns anos antes, quando lançou duas versões despojadas do Chambord (a Alvorada e a Profissional, esta voltada para os taxistas). É que, em janeiro de 1970, na tentativa de combater o sucesso dos mais acessíveis Opala e Dodge Dart, a Ford passou a oferecer no mercado uma versão “pé-de-camelo” do Galaxie 500, que recebeu o nome Galaxie (sem o “sobrenome” 500). Ele aproveitava elementos das linhas anteriores do Galaxie 500, como as antigas grades do motor, e perdeu muitos cromados. As calotas – as mesmas dos primeiros Galaxie 500, de 1967 – eram pequenas e muito simples, e as rodas eram pintadas na cor do carro. As forrações internas eram simples e mais semelhantes à do Corcel, de segmento inferior. O painel perdia o relógio elétrico e o rádio, e a direção deixava de ser hidráulica para ser mecânica, o que “aliviava” o motor 292 V8 e o deixava mais potente, permitindo ao Galaxie chegar à velocidade máxima de 163 Km/h, contra os 150 Km/h do Galaxie 500.

Abaixo, o Galaxie 1970 básico
("Pé-de-camelo" ou "Teimosão")

No VII Salão do Automóvel, de 1970 seria lançada a nova versão topo de linha LTD-Landau modelo 1971, que era facilmente reconhecida pelo diminuto vidro traseiro, que “proporcionava mais privacidade a autoridades e grandes empresários e executivos sentados no banco traseiro”. O teto de vinil receberia adornos na coluna traseira em forma de “S”, inspirados nas carruagens que transportavam os nobres europeus. 
A famosa “mira” voltaria ao capô, com novo desenhado inspirado nos Lincoln, enquanto a grade seria redesenhada e seriam incorporadas novas e belíssimas calotas (dos LTD e Lincoln americanos). 
As charmosas lanternas traseiras retangulares com luz-de-ré no centro dariam vez às belíssimas lanternas “catedrais” (dividida em 3 gomos verticais), o que explicaria o fato de as luzes de ré haverem migrado para o para-choque (este tinha recebido recortes). 
As novidades mecânicas limitavam-se aos freios hidrovácuo (só na linha 1972 ganharia freios a disco servoassistidos, com regulagem automática). 
O Galaxie 500 ganharia nova grade, as mesmas lanternas "catedrais" e novos frisos e logotipos, novas cores etc.
Em 1972 apenas cem Galaxie (o modelo básico) foram produzidos e nesse mesmo ano a versão espartana deixou de ser oferecida; afinal, era um produto que não convencia o consumidor e a Ford já apresentava ao mercado o Maverick, que iria concorrer com o Chevrolet Opala e o Dodge Dart, mais baratos.

Abaixo: LTD-Landau 1971 (esquerda) e 1972 (direita).
 (grade mais elegante, novo painel traseiro, novos frisos laterais...)
Abaixo, 2 exemplares do Galaxie 1971
 (grade redesenhada, belas lanternas traseiras "catedrais")

Em junho seria lançada a linha 1973 do Galaxie e LTD-Landau, e ela tentaria apagar a apatia da linha anterior. 
Embora mantivesse os faróis duplos dispostos na vertical, estrearia grades bem diferenciadas para o Galaxie 500 e o LTD-Landau, com ressalto no centro, onde ficava o radiador (novamente a inspiração viria dos Lincoln). Com isso, os capôs tiveram que ser redesenhados. 
Infelizmente as belas lanternas “catedrais” cederiam a vez para outras menores e de formato trapezoidal, pouco estilosas (ocupariam a metade do espaço das anteriores e seriam semelhantes às do Galaxie 1970 norteamericano). 
Algumas alterações de estilo ocorreriam no interior das duas versões. A esportiva versão 2 portas voltaria a ser cogitada para lançamento, mas seria descartada de vez diante da crise do petróleo de 1973. As vendas da linha reagiriam com incremento de 20% em relação ao ano anterior.
O ligeiro aumento das vendas e a crise provocada pela crise do petróleo abortaria o projeto de um novo motor de 7 litros, bem como a reestilização da linha. Por isso, os modelos 1974 seriam praticamente os mesmos de 1973, e ainda assim venderiam mais: 6.110 unidades.
A linha 1975 também traria poucas novidades, limitadas às costumeiras perfumarias e detalhes de estilo. 
O LTD-Landau perderia as luxuosas supercalotas e passaria a usar as mesmas do Galaxie 500. Por conta do pouco investimento, haveria um tombo de 20% nas vendas e apenas 4.654 carros seriam vendidos. 
Os rivais não perdiam tempo e a linha Opala acabara de ser restilizada, assim como os Dodges incorporariam novos itens de conforto e conveniência, e versões mais luxuosas. O Alfa Romeo 2300 (lançado em 1974) seria um novo concorrente de peso. 

Abaixo, um Galaxie 1973 (dourado) e outro 1975 (branco)
 (nova grade com ressalto central, lanternas pequenas trapezoidais etc)

 Abaixo, dois LTD-Landau 1974
 (painéis pintados entre os faróis, frisos verticais, novas calotas etc.)

As novidades “pra valer” vieram com a linha 1976, exibidas no Salão do Automóvel de novembro de 1975.  
Agora seriam oferecidos 3 modelos: o Galaxie 500 (versão de entrada) o LTD (versão intermediária) e a nova versão topo de linha Landau (só esta manteria o pequeno vidro traseiro). 
A linha 1976 é facilmente reconhecida pelos faróis duplos dispostos na horizontal com piscas nas extremidades, combinados com novas grades do motor, capô e para-lamas dianteiros. 
As  lanternas traseiras cresceram e passaram a ser 3 pequenos retângulos de cada lado, dispostos na horizontal e rentes à linha do para-choque. 
O Landau receberia novas calotas de aço escovado, do Lincoln, além de interior mais luxuoso e exclusiva forração Jacquard nas portas e nos bancos. 
A cabine da linha 1976 tinha o mesmo formato básico de 1967, mas os 3 modelos pareciam ser totalmente novos, e tinham ficado ainda maiores (agora mediam 5,41 m). 
A Simca/Chrysler havia usado o mesmo artifício ao projetar e lançar a dupla Esplanada/Regente, que nada mais eram do que o velho Chambord com novas frentes e traseiras. 
O velho motor 292 V8 de toda a linha finalmente cedeu a vez ao moderno 302 V8, utilizado pelo Maverick. A potência subiria para 190 HP e o carrão agora iria de 0 a 100 Km/h em apenas 10,7s, com velocidade máxima de 160 Km/h (câmbio mecânico) e 153 Km/h (automático). 
Em 1976 seriam vendidos nada menos que 7.063 carros.  Mas em 1977 as vendas despencaram para apenas 2.965 unidades, por conta das poucas novidades da linha e diante do avanço dos concorrentes (Opala Comodoro, Dodge Gran Coupé e Sedan, Alfa Romeo 2300B/TI e até mesmo do Maverick Sedan LDO).

Abaixo, o renovado Galaxie 500 1976 (preto) e 1977 (amarelo)
Abaixo, o LTD 1976
 (faróis com molduras na cor do carro, grade vertical etc.)
 Abaixo, o top de Linha Landau 1976
 (cor prata continental, bancos forrados em jacquard etc)

(continua...)

Nenhum comentário:

Postar um comentário