Parte
2
O VI Salão do Automóvel de 1968 teria uma versão mais luxuosa do Galaxie
500: o LTD modelo 1969.
Abaixo,
a nova versão top LTD, modelo 1969
(grade
diferenciada e mais luxo, em relação ao Galaxie)
Equipado
com o novo motor V8 292, de 4.800cc, o LTD tinha 190 HP de potência e câmbio
automático de 3 marchas. O ar condicionado, entretanto, continuava sendo
oferecido como opcional.
Ele ganharia uma nova grade de motor, quadriculada, além
de teto de vinil, bancos forrados em jérsei e melhor acabamento.
O Galaxie 500
seria atualizado com novas opções de cores, nova grade do motor e alguns detalhes
de acabamento, mas perderia a charmosa “mira” do capô. Ele podia receber,
opcionalmente, o novo motor 292 V8 do LTD.
Em
1969 seriam vendidas 5.544 unidades, ainda uma boa marca, mas que acusava a
chegada de concorrentes modernos e baratos ao mercado, como o Chevrolet Opala 4
e 6 cilindros (que vendeu 25.517 unidades no lançamento, em 1968) e, principalmente,
o Dodge Dart V8 (outubro de 1969).
Abaixo
o Galaxie 1969 com nova grade e logotipos
(sem
a "mira" do capô, novos frisos e logotipos).
Em
1970 o motor 292 V8 estaria disponível para toda a linha, assim como cintos de
segurança, mas a luz que iluminava o assoalho (ficava sob o painel) deixou de
ser oferecida. Mas a Ford acabou repetindo o erro que a Simca havia cometido
alguns anos antes, quando lançou duas versões despojadas do Chambord (a
Alvorada e a Profissional, esta voltada para os taxistas). É que, em janeiro de
1970, na tentativa de combater o sucesso dos mais acessíveis Opala e Dodge
Dart, a Ford passou a oferecer no mercado uma versão “pé-de-camelo” do Galaxie
500, que recebeu o nome Galaxie (sem o “sobrenome” 500). Ele aproveitava elementos
das linhas anteriores do Galaxie 500, como as antigas grades do motor, e perdeu
muitos cromados. As calotas – as mesmas dos primeiros Galaxie 500, de 1967 –
eram pequenas e muito simples, e as rodas eram pintadas na cor do carro. As
forrações internas eram simples e mais semelhantes à do Corcel, de segmento
inferior. O painel perdia o relógio elétrico e o rádio, e a direção deixava de
ser hidráulica para ser mecânica, o que “aliviava” o motor 292 V8 e o deixava
mais potente, permitindo ao Galaxie chegar à velocidade máxima de 163 Km/h,
contra os 150 Km/h do Galaxie 500.
Abaixo, o Galaxie
1970 básico
("Pé-de-camelo"
ou "Teimosão")
No
VII Salão do Automóvel, de 1970 seria lançada a nova versão topo de linha
LTD-Landau modelo 1971, que era facilmente reconhecida pelo diminuto vidro
traseiro, que “proporcionava mais privacidade a autoridades e grandes empresários e
executivos sentados no banco traseiro”. O teto de vinil receberia adornos na
coluna traseira em forma de “S”, inspirados nas carruagens que transportavam os
nobres europeus.
A famosa “mira” voltaria ao capô, com novo desenhado inspirado
nos Lincoln, enquanto a grade seria redesenhada e seriam incorporadas novas e
belíssimas calotas (dos LTD e Lincoln americanos).
As charmosas lanternas
traseiras retangulares com luz-de-ré no centro dariam vez às belíssimas
lanternas “catedrais” (dividida em 3 gomos verticais), o que explicaria o fato de as luzes
de ré haverem migrado para o para-choque (este tinha recebido recortes).
As novidades
mecânicas limitavam-se aos freios hidrovácuo (só na linha 1972 ganharia freios
a disco servoassistidos, com regulagem automática).
O Galaxie 500 ganharia nova
grade, as mesmas lanternas "catedrais" e novos frisos e logotipos,
novas cores etc.
Em
1972 apenas cem Galaxie (o modelo básico) foram produzidos e nesse mesmo ano a
versão espartana deixou de ser oferecida; afinal, era um produto que não
convencia o consumidor e a Ford já apresentava ao mercado o Maverick, que iria
concorrer com o Chevrolet Opala e o Dodge Dart, mais baratos.
Abaixo: LTD-Landau 1971 (esquerda) e 1972
(direita).
(grade
mais elegante, novo painel traseiro, novos frisos laterais...)
Abaixo, 2 exemplares do Galaxie 1971
(grade
redesenhada, belas lanternas traseiras "catedrais")
Em
junho seria lançada a linha 1973 do Galaxie e LTD-Landau, e ela tentaria apagar a
apatia da linha anterior.
Embora mantivesse os faróis duplos dispostos na
vertical, estrearia grades bem diferenciadas para o Galaxie 500 e o LTD-Landau,
com ressalto no centro, onde ficava o radiador (novamente a inspiração viria dos
Lincoln). Com isso, os capôs tiveram que ser redesenhados.
Infelizmente as belas
lanternas “catedrais” cederiam a vez para outras menores e de formato
trapezoidal, pouco estilosas (ocupariam a metade do espaço das anteriores e seriam
semelhantes às do Galaxie 1970 norteamericano).
Algumas alterações de estilo
ocorreriam no interior das duas versões. A esportiva versão 2 portas voltaria a
ser cogitada para lançamento, mas seria descartada de vez diante da crise
do petróleo de 1973. As vendas da linha reagiriam com incremento de 20% em
relação ao ano anterior.
O
ligeiro aumento das vendas e a crise provocada pela crise do petróleo abortaria o
projeto de um novo motor de 7 litros, bem como a reestilização da linha. Por isso, os
modelos 1974 seriam praticamente os mesmos de 1973, e ainda assim venderiam mais:
6.110 unidades.
A
linha 1975 também traria poucas novidades, limitadas às costumeiras perfumarias
e detalhes de estilo.
O LTD-Landau perderia as luxuosas supercalotas e passaria a
usar as mesmas do Galaxie 500. Por conta do pouco investimento, haveria um tombo
de 20% nas vendas e apenas 4.654 carros seriam vendidos.
Os rivais não perdiam
tempo e a linha Opala acabara de ser restilizada, assim como os Dodges incorporariam novos itens de conforto e conveniência, e versões mais luxuosas. O Alfa Romeo 2300 (lançado em 1974) seria um novo
concorrente de peso.
Abaixo, um Galaxie 1973 (dourado) e outro 1975
(branco)
(nova
grade com ressalto central, lanternas pequenas trapezoidais etc)
Abaixo, dois LTD-Landau 1974
(painéis pintados entre os faróis, frisos verticais, novas calotas etc.)
As
novidades “pra valer” vieram com a linha 1976, exibidas no Salão do Automóvel
de novembro de 1975.
Agora
seriam oferecidos 3 modelos: o Galaxie 500 (versão de entrada) o LTD (versão
intermediária) e a nova versão topo de linha Landau (só esta manteria o pequeno
vidro traseiro).
A linha 1976 é facilmente reconhecida pelos faróis duplos dispostos na horizontal com
piscas nas extremidades, combinados com novas grades do motor, capô e para-lamas
dianteiros.
As lanternas traseiras cresceram e passaram a ser 3 pequenos retângulos de cada
lado, dispostos na horizontal e rentes à linha do para-choque.
O Landau receberia
novas calotas de aço escovado, do Lincoln, além de interior mais luxuoso e
exclusiva forração Jacquard nas portas e nos bancos.
A cabine da linha 1976
tinha o mesmo formato básico de 1967, mas os 3 modelos pareciam ser totalmente
novos, e tinham ficado ainda maiores (agora mediam 5,41 m).
A Simca/Chrysler havia
usado o mesmo artifício ao projetar e lançar a dupla Esplanada/Regente, que
nada mais eram do que o velho Chambord com novas frentes e traseiras.
O velho motor
292 V8 de toda a linha finalmente cedeu a vez ao moderno 302 V8, utilizado pelo
Maverick. A potência subiria para 190 HP e o carrão agora iria de 0 a 100 Km/h em
apenas 10,7s, com velocidade máxima de 160 Km/h (câmbio mecânico) e 153 Km/h
(automático).
Em 1976 seriam vendidos nada menos que 7.063 carros. Mas em 1977 as vendas despencaram para apenas
2.965 unidades, por conta das poucas novidades da linha e diante do avanço dos
concorrentes (Opala Comodoro, Dodge Gran Coupé e Sedan, Alfa Romeo 2300B/TI e
até mesmo do Maverick Sedan LDO).
Abaixo, o renovado Galaxie 500 1976 (preto) e
1977 (amarelo)
Abaixo, o LTD 1976
(faróis
com molduras na cor do carro, grade vertical etc.)
Abaixo, o top de Linha Landau 1976
(cor
prata continental, bancos forrados em jacquard etc)
(continua...)
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