O Volkswagen Passat foi lançado no Brasil em julho de 1974.
Seu lançamento significou um imediato envelhecimento de (quase) toda a linha Volkswagen em produção no país.
O Fusca foi projetado na década de 30 e sua base mecânica (motor boxer refrigerado a ar, na traseira) tinha originado outros modelos como a Kombi, os Karmann-Ghia Cupê, Conversível e TC, o sedan 1600 4 portas (Zé-do-Caixão), a perua Variant (I e II), o hatch TL, o SP1 e 2 e o hatch Brasília.
Comparado a todos eles, o Passat era infinitamente melhor no conjunto mecânico, embora a Volkswagen tenha investido e insistido na premissa de que "ar não ferve" e que por isso seus carros eram melhores do que os refrigerados à água. Também apregoava as vantagens da tração traseira...
O Passat estreou em 1974 com a moderna carroceria hatch (860 Kg) e motor 1.5 refrigerado a água (radiador selado), com 65 cv de potência líquida e posicionado na dianteira. A tração também era dianteira, ao contrário de todos os demais carros da marca.
O carro ia de 0 a 100 Km/h em 17 segundos e alcançava a velocidade máxima de 150 Km/h. Nada mal quando comparado ao eterno rival Ford Corcel 1.4 e aos recém-lançados Chevrolet Chevette e Dodge 1800.
Em 1976 surgiu o motor 1.6 (60 cv) com a versão esportiva TS, que logo equiparia toda a linha. O carro agora acelerava de 0 a 100 Km/h em 14s e a velocidade máxima subia para 160 Km/h. O esportivo GTS, de 1984 (um meio-termo entre o Gol GT e o Santana), usava o motor do Santana (1.8 a álcool, com 92 cv de potência - 0 a 100 Km/h em 10s e máxima de 180 Km/h).
Apesar de ter apenas 12 cm a mais no comprimento em relação ao Fusca, a plataforma do Passat proporcionava generoso espaço na cabine e no porta-malas. Eram elogiáveis, também, o desempenho e a estabilidade, e o consumo moderado. O que "pegou" foi o câmbio, que não raro engatava a ré, em vez da primeira marcha. Eu mesmo vivencie essa terrível experiência ao dirigir o Passat 1975 do meu irmão Armando, lá no Distrito Federal. Fui xingado de barbeiro ao ficar preso na saída do semáforo. O problema só seria resolvido em 1977.
Os bancos dianteiros do Passat eram mais baixos que os habitualmente usado no Brasil para permitir a acomodação dos grandões alemães (1,90m). Mas logo foram substituídos por outros, mais altos e adequados ao povo tupiniquim.
A suspensão também produzia ruídos além do desejável e os freios eram "pesados". Mas logo esses problemas foram sanados.
No Brasil, o Passat foi vendido apenas com carroceria hatch, com 2, 3 (vidro de trás subia junto com a tampa do porta-malas) ou 4 portas - esta, a menos vendida. Havia versões básicas, mais luxuosas e as esportivas - com destaque para o Passat TS e o GTS. Houve até uma série especial batizada de "Passat Iraque", com forração de veludo azul ou vermelho, que a VW enviava para o país árabe em troca de petróleo. As unidades que não foram vendidas lá fora a VW decidiu comercializar no Brasil, em 1986, com relativo sucesso.
A Volkswagen não nos brindou com uma Perua Passat, optando por reformular a velha Variant e lançar a Variant II, apenas com 2 portas. Com o fracasso do modelo, lançou a perua Parati em 1981, esta baseada no Gol e que fez muito sucesso, sendo até "carro da moda". E mais tarde, em 1985, foi lançada a elegante perua Quantum, derivada do Santana, que tinha importantes diferenciais: 4 portas e câmbio automático opcional.
O Passat nacional também não originou uma versão sedan, embora o Santana - aqui lançado em 1984 - fosse a versão sedan do novo Passat europeu.
Finalmente, não tivemos uma picape Passat, mas a Volkswagen deu ao mercado a picape Saveiro, também derivada do Gol, que agradou em cheio.
Em 2 de dezembro de 1988, após 897.829 unidades produzidas e vendidas no Brasil e no exterior, o Passat saiu de linha, mas entrou para a história como o melhor carro médio de seu tempo, "made in Brazil".
Não custa lembrar que até o início da década de 1990 era proibida a importação de carros. Como o brasileiro é MUITO criativo, logo surgiram versões artesanais do Passat, algumas bem construídas pelas conceituadas SULAM, DACON e SORANA (Concessionárias VW), MALZONI, DANKAR (que fabricava o esportivo Squalo), dentre outras.
Não custa lembrar que até o início da década de 1990 era proibida a importação de carros. Como o brasileiro é MUITO criativo, logo surgiram versões artesanais do Passat, algumas bem construídas pelas conceituadas SULAM, DACON e SORANA (Concessionárias VW), MALZONI, DANKAR (que fabricava o esportivo Squalo), dentre outras.
Confira, abaixo, uma seleção de Passat's personalizados
Acima e abaixo, diversas versões produzidas pela DACON
Abaixo, o "Júlia", produzido pela DANKAR:
Abaixo, a raríssima versão MALZONI:
Abaixo, a perua concebida pela SORANA:
Nenhum comentário:
Postar um comentário