sexta-feira, 1 de outubro de 2021

LINHA DODGE DART/CHARGER NO BRASIL - Parte 2 de 2

LINHA DODGE DART/CHARGER NO BRASIL - Parte 2 de 2

Para 1975 os Dodge V8 passaram a ser equipados com o "Fuel Pacer' (sistema instalado junto ao carburador que acendia a lâmpada direcional do para-lama esquerdo quando a mistura ficava rica demais, induzindo o motorista a aliviar a pressão no pedal do acelerador ou passar para marcha mais correta, para economizar combustível). Era possível obter-se até 15% de economia, mas era como andar num Fusca... Nessa época, a Chrysler efetuou testes em motores de 6 e 4 cilindros em “V”, todos derivados do 318 V-8, bem como o motor de 6 cilindros em linha do Valiant argentino, mas nenhum deles foi adotado. As lanternas traseiras foram redesenhadas (voltaram a ser inteiramente na cor vermelha) e passaram a ter o retângulo transparente da luz de ré posicionado na vertical, voltado para o centro da tampa do porta-malas.

Acima, o Dodge Gran Sedan 1975

Em 1976 o estofamento dos carros foi redesenhado, mas os modelos SE, Gran Coupé e Charger saíram de linha. O esportivo R/T ganhou bancos dianteiros com encosto alto e reclináveis, mas sem regulagem milimétrica. Este modelo também passou ter volante igual ao utilizado no restante da linha Dodge, abandonando o modelo de 3 raios, mais esportivo. O Gran Coupé o Gran Sedan ganharam a grade do R/T, faixas brancas nos pneus e calotas integrais cromadas, ficando ainda mais elegantes, além de ignição eletrônica. 

A partir de 1977 o R/T voltou a usar gasolina comum, perdendo potência e igualando-se aos demais modelos.

Em 1978 foram montados os últimos "Gran Sedan". 

As características entradas de ar que ornamentavam o capô do R/T deixaram de ser oferecidas e o teto de vinil passou a revestir apenas a metade traseira da capota (esse recurso estilístico estava presente no Ford Maverick e no Chevrolet Opala). Uma nova calibragem do carburador deixou o carro um pouco mais econômico. As faixas pretas decorativas das laterais foram modificadas e ficaram bem mais largas, e posicionadas na parte inferior da carroceria.

R/T 1978
 

Em 1979, já em sérias dificuldades, a Chrysler empreendeu importante reestilização da linha V8 com baixo custo, mediante o uso de apliques de fibra de vidro que agregaram faróis duplos e redondos conjugados à grade. A capacidade do tanque dos carros aumentou de 62 para 107 litros o que obrigou ao remanejamento do estepe para uma posição acima do eixo traseiro, como na linha Ford Gálaxie.

O Dart permaneceu como versão de entrada, oferecido com 2 ou 4 portas e foi o único a ganhar a mesma frente do Dart americano de 1974. Um detalhe é que apenas 335 unidades foram produzidas nesse ano. Os bancos eram forrados em veludo de nylon antiestático, com aparência agradável. Os para-choques dianteiro e traseiro continuaram sendo de metal e cromados. A traseira ganhou sutis rabos de peixe e lanternas duplas e retangulares dispostas na horizontal.

O novo cupê Magnum (com vidro lateral traseiro envolto por moldura em fibra na cor do carro) tinha a opção de câmbio manual de 4 marchas ou automático de 3 velocidades, no assoalho. 

O sedan Le Baron tinha câmbio manual de 3 marchas ou automático de 3 velocidades, só na coluna. Ele se destacava pelas “almofadas” nos bancos, em veludo. Aqui cabe um depoimento: em 1980 eu era aluno da Faculdade Cândido Mendes, no Centro do Rio, e o Sérgio (colega de classe que residia na Avenida Atlântica) às vezes me dava carona até em casa (eu morava na Rua Barata Ribeiro). Era um luxo só andar naquele carrão de rodar macio, absolutamente silencioso, e desfrutando do conforto das inusitadas almofadas do Le Baron marrom metálico novinho em folha...


Os dois novos modelos, acima, eram os "top de linha", com teto de vinil inteiriço no sedan, e no cupê uma "cinta "na cor do carro, que lhe dava um estilo targa.

O esportivo R/T complementava a linha, e tinha pintura em dois tons (capô e metade dianteira do teto em tom mais escuro), sendo oferecido apenas nas combinações azul/azul escuro, marrom/bege e prata/preto. Outro destaque do modelo eram as interessantes "persianas" que recobriam os vidros laterais traseiros. 


O R/T era oficialmente a versão esportiva, mas não a mais luxuosa e menos ainda a mais cara, além de ter perdido o conta-giros do painel e a famosa “rabeta” da coluna traseira.

Apesar de vir com exclusivas rodas de liga leve de série, um retrocesso foi a oferta de pneus diagonais, como opcional. A versão perdeu o conta-giros e para o seu lugar veio um relógio.

A linha 1979 foi tão bem sucedida que vendeu o dobro da linha 1978.

Para 1980 o Magnum ganhou a opção de teto solar com acionamento elétrico, comandado por um botão no painel. Era um luxo exclusivo no segmento! Pena que chegou tarde demais...

O R/T 1980 perdeu as "persianas" laterais e ficou ainda mais simples no acabamento e na aparência, perdendo a razão de ser na linha. Apenas 19 unidades seriam produzidas e vendidas, encerrando a linha esportiva naquele ano (em 1980 os únicos cupês ainda oferecidos foam o Dart e o Magnum).

A venda da Chrysler do Brasil para a Volkswagen da Alemanha não se deu por interesse na velha linha Dart e Polara, e sim para absorver a linha de caminhões. Apesar de prometer que continuaria a produzir os carros de passeio da Chrysler, em 1981 a Volkswagen encerraria a sua produção.

De 1970 a 1981 foram produzidos 93.008 carros e as derradeiras vendas se deram em 1984.

Acima, modelos de rodas e calotas utilizados de 1969 a 1981. 

Abaixo, detalhes das dianteiras dos modelos de 1969 a 1981.

Abaixo, modelos de painel e bancos utilizados de 1969 a 1981.

Para finalizar, detalhes das diferentes lanternas dos modelos 1969 a 1981.


NOTAS:

No Salão do Automóvel de 1976 foi exibido o protótipo de um Dart movido à álcool, que acabou não sendo produzido em série.

O Dart Cupê 1981 é o modelo mais raro de toda a linha Dodge, pois foram produzidas apenas 10 unidades.

Acesse: https://quatrorodas.abril.com.br/noticias/o-incrivel-museu-do-dodge-no-brasil/

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