No
fim dos anos 60 a Volkswagen do Brasil começaria a diversificar a sua linha de
veículos de passeio (até então só produzia o utilitário Kombi e o Fusca). Em 1966 ela compraria a VEMAG e em 1967 paralisaria a produção dos DKW. No fim do ano seguinte a primeira novidade seria revelada ao público.
O sedan 1600 4 portas seria exibido no
Salão de 1968, já como modelo 1969. Apesar de compacto, oferecia a comodidade das 4
portas e uma boa novidade: motor boxer 1600cc. Havia uma certa semelhança com o Gordini, mas o fato é que eles nunca concorreram no mercado.
Interessante que, até então, a Volkswagen apregoava que "carros com 4 portas eram menos seguros" para quem transportava crianças" (puro blefe, pois no Gordini - maior rival do Fusca - havia travas de segurança justamente para impedir que os pequenos abrissem as portas).
Outra semelhança com o Gordini: o tanque de gasolina do sedan ficava na parte traseira do
carro (em pé e atrás do encosto do banco traseiro). Note o acesso ao bocal do tanque, no para-lama traseiro.
Se equipado com motor plano (ventoinha baixa), o 1600 poderia ter oferecido um segundo porta-malas com acesso pela tampa da trás. Em vez disso, ele tinha um "chiqueirinho" atrás do encosto do banco traseiro, a exemplo do Fusca.
Apesar de todo o esforço da marca no sentido de oferecer um carro mais moderno que o Fusca, o "feinho" 1600 4 portas (logo apelidado de "Zé do Caixão") não seria páreo para o belo Ford Corcel, e acabaria saindo de linha em 1971.
Graças ao 1600 4 portas surgiram dois outros modelos, estes sim bem-sucedidos no mercado: a perua Variant e o fast-back TL - ambos com motor boxer 1600cc, mas com ventoinha baixa que permitia criar um segundo porta-malas na parte traseira dos dois veículos.
Acima a perua Variant e, abaixo, abaixo o fast-back TL:
Ao contrário do Zé do Caixão, na dupla Variant/TL o tanque de gasolina ficava no fundo do porta-malas dianteiro, roubando um pouco de espaço, mas proporcionando melhor distribuição do peso sobre os eixos.
A perua Variant faria muito sucesso, e preservaria o valor na hora da revenda. O encosto do banco traseiro era mais vertical que o do TL, para permitir um porta-malas mais "comprido".
O TL, graças ao encosto do banco traseiro mais inclinado, oferecia mais conforto aos passageiros. Mas pelo fato de o vidro traseiro não subir junto com a tampa, acabava limitando a colocação de malas, sacolas e outros objetos mais "volumosos".
O lançamento do Passat, em 1974, envelheceria instantaneamente o TL, que sairia de linha em 1976.
A Variant prosseguiria no mercado e em 1977 se tornaria a “Variant II”, que mais parecia uma "Brasília esticada", apesar da suspensão bem mais evoluída. Mas ela só duraria até 1981, dando a vez à Parati - esta derivada do Gol.
Quatro décadas mais tarde, observa-se uma valorização significativa do sedan no mercado de colecionáveis. O TL e a Variant também possuem uma legião de admiradores, graças às linhas harmoniosas e à robustez.
A seguir, selecionei exemplares personalizados desse "trio". Alguns até ficaram interessantes, mas outros conseguiram resultados no mínimo "perturbadores"...